E então ele foi, pro gozo dos últimos horrores, tentando
árduamente lembrar o nome daquele um que passou correndo... e do outro que
esperou demais.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
De Nada
Hoje enquanto eu pensava no me prazer, as lágrimas
escorreram sem que eu percebesse, e aí, num piscar de olhos, vi minha imagem
atrelada a sua, colados os dois, nus, sozinhos.
Nada ficou no lugar, nem meus olhos, suas mãos, minhas paredes perfeitas... nada, não sobrou nada!
A gota do perfume que eu roubava pra sair, meu melhor jeans
que vc usava, nossos tênnis trocados, e principalmente as risadas, nada, eu
repito, não sobrou nada!
Aquele meu moletom gasto, sua blusa mais feia, e nosso amor entre as cuecas e a cama que eu acabara de arrumar.. nossos sonhos e poses de foto, nosso amor no cantinho.. nada, não sobrou absolutamente nada...
Aquele meu moletom gasto, sua blusa mais feia, e nosso amor entre as cuecas e a cama que eu acabara de arrumar.. nossos sonhos e poses de foto, nosso amor no cantinho.. nada, não sobrou absolutamente nada...
Eu pedi para os meus amigos que me mudassem de casa, você pediu para que eu nunca existisse... e assim concreto esteve, nada, não, de nada, por mim, por tudo. Ian Canton-31/08/2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
O Rei do bairro, O Príncipe do posto e o drink dos amores.
Sonhos estranhos, cabeça insana, amores de motel.
As horas perdidas parados no posto de gasolina,
Eu o impossível, Você e o quase. Tímidos.. de olhos
vermelhos, e sorriso mansinho.
Seria você o escolhido? O meu bandido preferido?
Declarando guerra as multidões e assistindo de camarote o
nosso próprio desgrenhar de cabelos.
Estamos famintos e secos! As horas passadas não nos deixaram
pensar. Não sei se é de tarde ou se está amanhecendo.
Ligando o velho carro, cheiro de gasolina... consigo ver
rendas desbotadas próximo ao suco de laranja quente. O cheiro de mofo consome
as cortinas, e sol passa empoeirado pela janela dos meus olhos...
Perfeito mesmo seria parar no letreiro piscando pra gente se
amar como se fossem as ultimas horas da noite, como medo de nos prendermos no
amanhecer.
Nossas roupas de gola amassada, o branco-amarelado, o seu
jeans surrado, e seu cheiro de cigarro e álcool me deixando cada vez mais
perdido... e eu só faço olhar, hipnotizado, sorrindo com sono.
Eu vou querer você, e seus cabelos compridos, é a minha
decisão. E então, você vai se tornar o rei do bairro, e eu, o príncipe daquele
posto de gasolina.
Um dia você veio e me gritou de longe na volta da escola, pediu
para que subisse na sua moto, corremos tanto que até me fez chorar, de alegria,
de segurança. Foi quando tivemos a noite mais bagunçada do dia. Aonde acordamos
sem roupas pensando no que fazer pra sairmos de nós, e quando eu percebi que
não aguentaria levar seu amor na bolsa.
No quarto os corpos ainda estavam quentes, a música ainda
não tinha terminado, e o cigarro era o melhor de ser fumado... Eu sabia que
dali a pouco teria que achar minha roupa de rezar, e você o seu macacão manchado
à óleo. É nessa parte que eu me lembro que este é o melhor drink de todos os
amores. Daqueles que escondi ou fuji correndo, e daqueles que não existiram,
mas eu acreditei.
O meu maior medo é de acordar... Não por que está
perfeito... até por que não está. É só a insegurança de que, quando abrir os
olhos ninguém vai estar do outro lado pra segurar o sorriso no meu rosto e nem
me secar se alguma lágrima cair.
Ian C. 27/08/2012
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