segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Rei do bairro, O Príncipe do posto e o drink dos amores.


Sonhos estranhos, cabeça insana, amores de motel.
As horas perdidas parados no posto de gasolina,
Eu o impossível, Você e o quase. Tímidos.. de olhos vermelhos, e sorriso mansinho.
Seria você o escolhido? O meu bandido preferido?
Declarando guerra as multidões e assistindo de camarote o nosso próprio desgrenhar de cabelos.
Estamos famintos e secos! As horas passadas não nos deixaram pensar. Não sei se é de tarde ou se está amanhecendo.
Ligando o velho carro, cheiro de gasolina... consigo ver rendas desbotadas próximo ao suco de laranja quente. O cheiro de mofo consome as cortinas, e sol passa empoeirado pela janela dos meus olhos...
Perfeito mesmo seria parar no letreiro piscando pra gente se amar como se fossem as ultimas horas da noite, como medo de nos prendermos no amanhecer.
Nossas roupas de gola amassada, o branco-amarelado, o seu jeans surrado, e seu cheiro de cigarro e álcool me deixando cada vez mais perdido... e eu só faço olhar, hipnotizado, sorrindo com sono.
Eu vou querer você, e seus cabelos compridos, é a minha decisão. E então, você vai se tornar o rei do bairro, e eu, o príncipe daquele posto de gasolina.
Um dia você veio e me gritou de longe na volta da escola, pediu para que subisse na sua moto, corremos tanto que até me fez chorar, de alegria, de segurança. Foi quando tivemos a noite mais bagunçada do dia. Aonde acordamos sem roupas pensando no que fazer pra sairmos de nós, e quando eu percebi que não aguentaria levar seu amor na bolsa.
No quarto os corpos ainda estavam quentes, a música ainda não tinha terminado, e o cigarro era o melhor de ser fumado... Eu sabia que dali a pouco teria que achar minha roupa de rezar, e você o seu macacão manchado à óleo. É nessa parte que eu me lembro que este é o melhor drink de todos os amores. Daqueles que escondi ou fuji correndo, e daqueles que não existiram, mas eu acreditei.
O meu maior medo é de acordar... Não por que está perfeito... até por que não está. É só a insegurança de que, quando abrir os olhos ninguém vai estar do outro lado pra segurar o sorriso no meu rosto e nem me secar se alguma lágrima cair.
Ian C. 27/08/2012